sábado, 11 de setembro de 2010

PORTFÓLIO III

Retomar ao segundo semestre do curso revisitando a interdisciplina de Psicologia I que tinha como primeira atividade assistir o filme sobre a vida e os estudos de Freud e através de textos da Trilha Psicanalítica, que considerei na ocasião bastante complexo, mas relendo e ao entrar em contato com as fases do desenvolvimento afetivo: oral, anal, fálica, latência e genital, reconhecendo estas características nas pessoas que me cercam e principalmente em meus alunos percebo que estes estudos nos ajudam a entender melhor o comportamento das crianças de acordo com a fase em que se encontram.

Ao estudar a interdisciplina Infâncias 0 a 10 anos conheci uma escola sem muros através do texto: Fazer a Ponte de José Pacheco. Trata-se de uma escola que permite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada para a ação social de integração do meio na escola e da escola na vida, aliando o saber ao saber fazer, lembrando Freinet citado nas minhas reflexões durante o estágio curricular quando realizei aula passeio para estudar a vegetação e o rio próximos a escola em que atuo quando é possibilitado as crianças formular hipóteses, criar, se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir, descobrir e se organizar, formando cidadãos autônomos e cooperativos.

Ao reler o texto citado identifico alguns aspectos presentes no trabalho com turmas multisseriadas que realizo na escola em que trabalho, embora em realidades bem distintas, como a interajuda entre os envolvidos no processo quando os alunos se ajudam mutuamente para realizar alguma atividade e interagem trocando saberes entre si nas diferentes turmas do 1º, 2º, 3º e 4º ano e com a professora, trazendo os seus conhecimentos e vivências extraclasse para dentro da escola.

O quadro de direitos e deveres que regula todo o sistema de relações na Escola da Ponte é semelhante ao cartaz dos combinados elaborado conjuntamente com todos os alunos na escola em que leciono e a caixinha dos segredos onde as crianças da Ponte depositam um recado sempre que pretendem dialogar em segredo com algum professor se parece com a caixa de sugestões que utilizo, onde os alunos colocam suas idéias em relação a escola de cunho administrativo, pedagógico e social. Estes dois últimos instrumentos seguem as orientações recebidas na formação de professores do Programa Escola Ativa que é direcionado para turmas multisseriadas. Até parece que este programa foi baseado na Escola da Ponte, principalmente na gestão da escola através de assembleias de alunos, comitês da leitura, do recreio, do meio ambiente. Quando expomos os trabalhos dos alunos nos murais também é da mesma forma. A alternância entre os trabalhos individuais, em grupos e em pares. A avaliação é contínua e o ensino individualizado onde o currículo é adaptado em função das capacidades de cada um. Geralmente utilizo esta estratégia para dar continuidade a aprendizagem, bem como a auto-avaliação onde o aluno registra o que aprende em seu portfólio de aprendizagem.

Este texto certamente auxiliará nas minhas reflexões durante o TCC em que tentarei compreender e analisar a partir da questão central: Quais os desafios da construção de projetos de aprendizagem como prática metodológica em classes multisseriadas da zona rural?

Um comentário:

Roberta disse...

Gizelda!!

Gosto muito de ler teus textos e ver como as tuas reflexões trazem argumentações consistentes.
Fico imaginando, ao ler teus relatos, como é trabalhar numa turma multiseriada. Os desafios que tu tens que vencer. Com certeza não são fáceis.
A Escola da Ponte com certeza é uma boa referência para o teu TCC já que muitas coisas que tu realiza veem ao encontro do que é realizado lá. Esperiências parecidas em locais com realidades distintas.
Não sei se tu conheces o livro de Rubem Alves (A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir) que relata a sua experiência com a escola da Ponte. Acredito que ali tu encontrará boas referências para o teu TCC.

Abraços
Roberta