quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XIV

PORTFÓLIO XIV
As reflexões realizadas no Portfólio de Aprendizagem durante este semestre foram muito importantes porque contribuíram com a construção do TCC à medida que retomava cada eixo do curso.
Como no Eixo VIII que tivemos a oportunidade de colocar a teoria estudada nos semestres anteriores na prática de sala de aula durante o estágio curricular.
Este período foi muito importante no curso de pedagogia porque elaboramos planejamentos, colocamos em evidência com determinada turma e refletimos sobre os resultados.
“Foi tempo de plantar, cuidar e colher.”
No TCC foi como se ocorresse o inverso. A partir da prática do estágio buscamos fundamentação teórica e aprofundamento dos conhecimentos em determinado tema.
Cada etapa que fez parte do TCC foi repleta de desafios e questionamentos. Inicialmente definir a questão central diante de tantas inquietações que nos afligem e que poderiam ser estudadas neste período.
Definido o foco o passo seguinte foi encontrar referencial sobre as turmas multisseriadas. Para isso muitas pesquisas e leituras foram realizadas.
Não encontrei muitos autores que abordassem sobre esta temática, o que tornou o trabalho mais demorado. Por outro lado ao retomar as interdisciplinas dos eixos anteriores para elaborar os portfólios de aprendizagem encontrei muitas fundamentações teóricas sobre PA e interdisciplinaridade o que fez meu TCC render muitas aprendizagens como os autores abordados na interdisciplinar de Didática, Planejamento e Avaliação: Santomé, Hernandez, Paulo Freire.
O trabalho com projetos de aprendizagem durante o estágio curricular apresentou condições inovadoras de articulação e produção de conhecimentos fundamentados na interdisciplinaridade, mediante uma prática que parte de uma indagação problematizadora, que leva em consideração o conhecimento prévio do aluno, abrindo espaço para discussão, questionamentos dos conteúdos, estreitamento das relações entre alunos e professor, incorporando a prática social de todos os envolvidos no processo, além de construir relações sociais com base na solidariedade e respeito mútuo.
O capítulo do TCC que analisa sobre as vivências em classes multisseriadas foi um momento reflexivo, porque à medida que descrevia acontecimentos da minha carreira profissional, percebia o crescimento e a bagagem de conhecimentos trazidos pelo curso de pedagogia que ajudaram a transformar minha prática a partir da teoria e as mudanças ocorridas em minha sala de aula.
Enquanto realizava o trabalho de TCC ocorreu a constatação de que as escolas multisseriadas encontram diversas dificuldades de funcionamento de acordo com o sistema educacional brasileiro, devido à fragmentação dos conteúdos, dos espaços e do tempo.
Foi assim que conclui que os principais desafios encontrados nesta organização de ensino ainda é o rompimento com as pedagogias tradicionais, as quais percebem o conhecimento de forma estática e homogênea, cabendo ao professor transmitir informações prescritas a alunos passivos. E a superação do processo de ensinar e aprender fragmentado, disciplinar, descontextualizado e unilateral.
As classes multisseriadas são um tipo específico de educação. Através da experiência docente reconheci as possibilidades e o potencial dessa organização de turmas no desenvolvimento de uma educação qualificada, criativa e interativa.
A descrença que muitas vezes ocorre em relação às classes multisseriadas decorre, muitas vezes, do desconhecimento da qualidade que essas escolas podem apresentar, assim como se ignora a importância dessas escolas na cultura e na vida social das comunidades rurais.
Esta retomada dos eixos anteriores paralelamente a construção do TCC colaborou com uma análise mais profunda da temática que envolveu meu estudo, pois geralmente procurava refletir sobre os conceitos de interdisciplinaridade, interação, Projetos de Trabalho. Também foi uma oportunidade de rever as aprendizagens que ocorreram, os conhecimentos que foram ampliados, as trocas de saberes com os colegas, professores e tutores, bem como as atividades desenvolvidas.

domingo, 21 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XIII

PORTFÓLIO XIII
Revisando todas as postagens realizadas no Portfólio de Aprendizagem durante este semestre de construção do TCC constatei que todos os Eixos do curso foram contemplados no sentido de relacionar com o TCC e com o estágio curricular, com exceção do Eixo V.
Por isso esta reflexão reporta as aprendizagens ocorridas no Eixo V – 2008/2.
Entre as interdisciplinas que integraram este semestre destaco Organização do Ensino Fundamental, acrescentando muitos conhecimentos novos que primeiramente caracterizou duas situações diferentes referente a gestão do ensino: Democrática e Patrimonialista.
Esta análise proporcionou refletir sobre as ações e decisões que ocorrem na escola em que trabalho.
De acordo com a LDB 9393/96 a organização da gestão democrática acontece em três dimensões: administrativa, financeira e pedagógica, permitindo a participação da comunidade escolar nas decisões tomadas na Escola. A gestão em parceria com a comunidade. Enquanto que no Patrimonialismo predominam características autoritárias, ausência de transparência, a burocratização das informações e os privilégios na função pública.
Outra característica da LDB que estudamos nesta interdisciplina e que ajudou a fundamentar teoricamente meu TCC: a flexibilidade, em seus Art. 23º e 28º estabelece que os sistemas de ensino devem promover as adaptações necessárias para que a educação básica seja ofertada adequadamente. Da mesma forma as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo oportunizam a organização dos conhecimentos que afirmem a diversidade cultural, política, econômica, de gênero e etnia presente no campo. Portanto, visa legitimar a identidade própria das escolas do campo, referenciando sobre os saberes próprios dos povos do campo.
Foi com base na gestão democrática que construímos com a comunidade escolar o Projeto Político Pedagógico da Escola em que sou diretora, fundamentado na concepção de currículo interdisciplinar, flexível e participativa o que permitiu que a organização dos PA durante o estágio fosse construído de forma mais autônoma, possibilitando que o pluralismo de ideias estivesse presente, baseado no respeito de opiniões e a participação igualitária, tornando o ambiente escolar mais democrático.

sábado, 13 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XII

PORTFÓLIO XII
Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação no Eixo VII, no texto: Planejamento: em busca de caminhos de Maria Bernadete Castro Rodrigues a autora reflete sobre sua vida profissional, colocando sobre sua concepção e vivências sobre o planejamento, nos quais identifico diversas semelhanças com minha carreira no magistério.
Quando a autora menciona a exigência dos planos de curso, de unidades e de aulas, reconheço que este período de planejamento faz parte da minha vida e esteve presente em cada início de ano letivo. Na realidade o que ocorria era a cópia manual da listagem de conteúdos do ano anterior. Este tempo gasto poderia ser ocupado com planejamentos inovadores através de atividades diversificadas e atraentes no início do ano. Porém, devido a “elaboração” destes planos iniciávamos o ano escrevendo e não refletindo sobre a prática.
Como a autora afirma: “Por conseguinte, o planejamento banalizava-se em um ato meramente burocrático. O setor pedagógico terminava recebendo e arquivando planos, que na maioria das vezes, eram modificados.”
Estas reflexões também estão contidas em meu TCC quando coloco as minhas vivências com turmas multisseriadas.
“No início de uma carreira no magistério municipal os desafios foram maiores ainda. A exigência em trabalhar os conteúdos mínimos era permanente. A supervisão escolar da secretaria municipal de educação dirigia-se semanalmente as escolas para verificar os diários de classe, os planejamentos e os cadernos dos alunos. Tudo devia estar em consonância com o plano de curso da série. Por isso, eram bastante limitadas as possibilidades de integrar os conhecimentos entre as séries. Os conteúdos eram bem definidos e direcionados para cada série.”
A autora deixa claro que o tempo era pensado no “como” e pouco era questionado sobre a “a quem servíamos e para que e para quem.”
Nesta perspectiva de mudança algumas alternativas foram elencadas no meu TCC para que a integração entre os alunos se efetivasse diante do agrupamento de turmas, bem como na tentativa de que a interdisciplinaridade estivesse presente.

Ao refletir que a prática pedagógica empregada não estava dando bons resultados para o aluno, modifiquei-a, partindo de um conteúdo comum no início da aula através de texto, da narração de obra literária ou do diálogo investigativo. Depois distribuía atividades diferentes para cada turma. A sequência era estabelecida pelos conteúdos mínimos de cada série. A avaliação era classificatória com o objetivo de aprovar ou reprovar.
Com esta concepção de organização e desenvolvimento que servisse para atender as necessidades dos alunos busquei em Santomé referencial teórico para a construção do TCC, confrontando a fragmentação dos conteúdos empregada anteriormente com a integração de conteúdos que favorece muito mais a troca de saberes e a participação mais democrática.
Para Freire (1987), a aprendizagem se dá na medida em que o educando dela participe, sendo o professor o tutor do diálogo sem impor suas ideias ou influenciar.

domingo, 7 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XI

PORTFÓLIO XI
A interdisciplina de Linguagem e Educação no eixo VII introduziu um termo novo que incorporou no meu vocabulário: o letramento. A sua importância no ambiente escolar ficou bem mais clara.
Para Magda Soares a alfabetização é a aquisição do sistema da escrita e da leitura, mas não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la. Letramento é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita.
Estes dois conceitos são indissociáveis. Eles caminham paralelamente na escola.
A vivência do aluno com diversos portadores de textos e em diferentes situações de leitura e de escrita contribui com o letramento e com a alfabetização.
Durante o estágio curricular procurei integrar os conteúdos de forma interdisciplinar e empreguei uma diversidade de gêneros textuais como receitas da culinária indígena, alemã, negra e japonesa dentro dos projetos etnias. Poemas, músicas, textos narrativos, informativos, lendas, fábulas, contos, histórias em quadrinhos, parlendas, adivinhas, anúncios, convites, que fizeram parte das aulas planejadas.
Considero que meus alunos se tornaram mais letrados e críticos, desenvolvendo o poder argumentativo e a participação mais ativa.
No TCC também faço uma reflexão sobre esta temática que reforça estes fundamentos e demonstra com pode ser integrada com outras áreas do conhecimento.
A partir de receita operações matemáticas foram integradas através de situações problemas, reescrita da receita, dobrando as medidas, bem como noções de higiene alimentar, através da observação de embalagens de produtos alimentícios, quanto à leitura e a compreensão sobre a data de validade, o estado de conservação, o local adequado para depositar no comércio e em casa; alternativas de transporte para conservar a qualidade dos alimentos e como evitar doenças provocadas pelos alimentos.
Cada gênero textual possui suas características: a receita como texto instrutivo que orienta a organização e a realização de tarefas, onde as instruções são colocadas seguindo uma ordem temporal, a legenda como texto explicativo para o leitor compreender o que está vendo, o texto publicitário nos anúncios de jornal com ilustração e linguagem direta, a narrativa com seus elementos: personagem, tempo, enredo, fato, espaço, causa e conclusão, a descrição através da observação como produto da percepção, a pesquisa para levantar informações sobre um assunto específico com respostas breves e objetivas e o texto não verbalizado como as fotos.
Magda Soares afirma que ao ensinar diversos gêneros textuais na escola, por mais simples que eles sejam (como uma receita culinária, por exemplo), as palavras e letras ganham significação. A leitura, a gramática, a ortografia e até mesmo a produção escrita, tem sentido porque estão ligadas a sua utilização.
Neste sentido, também contribui com a produção de texto mais qualificado, coeso e coerente como tenho observado diante do crescimento dos meus alunos ao elaborarem diferentes textos.

domingo, 31 de outubro de 2010

PORTFÓLIO X
No Eixo VI do curso de pedagogia, entre tantas aprendizagens significativas, que nos fez refletir sobre nossa prática pedagógica, o conceito de aprendizagem, conhecimento e o ensino na escola geraram uma nova concepção, porque acreditava anteriormente que aprendizagem e conhecimento eram duas palavras sinônimas na área da educação.
Com o objetivo de rever estes conceitos busquei no texto Modelos pedagógicos e Modelos Epistemológicos de Fernando Becker, na Interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, os fundamentos para empregar estes termos: conhecimento e aprendizagem diversas vezes do texto do TCC.
Neste sentido, há diferentes modelos pedagógicos que são sustentados por determinada epistemologia.
Empírico que é baseado na exploração dos sentidos do corpo, do meio físico e/ou social. E a aprendizagem ocorre quando o aluno toca, manipula. Nesta relação, o ensino e a aprendizagem são polos opostos, porque o professor ensina e o aluno aprende baseado na transmissão de conhecimentos.
O apriorismo acredita que o ser humano nasce já programado na sua herança genética. Nesta concepção não há a intervenção no processo de aprendizagem do aluno.
O conhecimento como condição de compreender, transformar, agir, incorporar algo novo, através da ação com conteúdos significativos, compartilhando saberes, segundo Becker, está baseado no modelo pedagógico relacional, fundamentado na epistemologia construtivista. A aprendizagem é contínua.
Ao revisar todo o texto do TCC percebi que as palavras conhecimento e aprendizagem foram citadas diversas vezes, Por isso a importância de revisitar este texto e identificar qual a concepção que fundamenta o conceito de aprendizagem e conhecimento empregado ao longo do TCC.
Conclui que a maioria das reflexões que fizeram parte do trabalho desenvolvido no estágio curricular estava enquadrada no modelo pedagógico relacional, pois a participação foi ativa, a troca de saberes entre alunos e professora foi constante, o conhecimento prévio sempre reconhecido como ponto de partida, a oportunidade de levantar hipóteses, enfim a sala de aula como um lugar de interação.
A socialização das tentativas de solucionar um problema lógico matemático através da troca de saberes, reconhecendo que há diferentes maneiras de encontrar a resposta, por exemplo, valoriza o processo e não somente o produto final.
Estas discussões ocorreram com muita frequência em minha sala de aula. No início os alunos esperavam que a palavra final devesse vir somente da professora como verdade absoluta. Porém no decorrer do estágio comecei a provocar a desestabilização dos conhecimentos que possuíam para que novas aprendizagens fossem incorporadas.

sábado, 23 de outubro de 2010

PORTFÓLIO IX
Ao escolher o tema do meu TCC sobre Projetos de Aprendizagem foi um desafio, uma meta a alcançar, porque os PA desenvolvidos durante o curso causaram muitas dúvidas e incertezas em relação a prática em sala de aula.
Como não trabalhava com a metodologia de projetos com as turmas multisseriadas, este estudo tem rendido aprendizagens muito significativas e importantes, ampliando meus conhecimentos através de reflexões da prática do estágio curricular e de autores que defendem os projetos como metodologia que favorece melhor aprendizagem, a interação entre os alunos, ou as turmas multisseriadas, como ocorre em meu contexto.
No texto do Seminário Integrador VI retirado do livro Aprendizes do futuro: as inovações começaram! Da autora Léa da Cruz Fagundes, intitulado: Projetos? O que é? Como se faz? “É a partir do seu conhecimento prévio que o aprendiz vai se movimentar, interagir com o desconhecido, ou com novas situações, para se apropriar do conhecimento específico, seja nas ciências, nas artes, na cultura tradicional ou na cultura em transformação.”
Quando o aluno é desafiado a questionar, necessita pensar para expressar suas dúvidas, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores, seu contexto passa a ter maior significado aos conteúdos escolares.
Em relação à defesa dos projetos curriculares integrados, Santomé (1998, p. 187) afirma:
“A utilidade social do currículo está em permitir aos alunos compreender a sociedade em que vive de forma autônoma, crítica e solidária.”
Como um processo que se desencadeia, através dos conhecimentos que o aluno possui para ampliação e transformação num saber mais escolarizado e científico a partir da realidade dele, considerando sua especificidade cultural, através da observação criteriosa e investigativa.
Nos projetos o saber foi produzido conjuntamente, baseado na interação, porém levando em conta a individualidade do aluno. A articulação entre a teoria, a prática e os aspectos da realidade escolar foi estabelecida, de modo que esta relação pudesse ser repensada e reformulada, respeitando as especificidades e os assuntos correlacionados com a vivência dos alunos, despertando maior interesse e envolvimento, através de um fio condutor: o estudo das etnias que compõem o município em que moramos.
Na minha concepção o ponto central da pedagogia de projetos é o envolvimento de todo o grupo com o processo, independente se o tema surgiu dos alunos ou do professor.
O trabalho com projetos possibilitou aos alunos do 3º ano e do 4º ano, turma multisseriadas, compartilhar saberes para ampliar seus conhecimentos, pois é a diversidade de opiniões que gera conflitos que enriquecem o processo ensino-aprendizagem, possibilitando a socialização, a reflexão, a análise crítica, a participação mais ativa, a autonomia e a defesa de suas ideias.
A função ativa da aprendizagem promove também a autoestima, a cooperação, o respeito mútuo e o desenvolvimento de atitudes democráticas ao possibilitar o intercâmbio de opiniões.
Ao comparar as situações de aprendizagem fragmentadas que estiveram presentes em minha prática pedagógica e a metodologia de projeto empregada durante o estágio reconheço que a aprendizagem alcançou patamares bem mais elevados e a escola passou a ser espaço de pesquisa e de investigação.

sábado, 16 de outubro de 2010

PORTIFÓLIO VIII

PORTFÓLIO VIII
No Eixo VII a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação forneceu novos conhecimentos para aperfeiçoar a prática em sala de aula com fundamentação teórica. Ao mesmo tempo em que concluí que muitas de minhas argumentações em realizar algo da forma como realizo está baseado em determinado autor, embora sem identificar de quem são as ideias, elas já existiam. Por exemplo, partir do conhecimento prévio dos alunos é fundamentado por Freire e Santomé (1998) citado por Rodrigues: “O mesmo autor defende que devem ser respeitados os conhecimentos prévios, os interesses e os ritmos dos estudantes na organização das propostas de trabalho.”
Na construção do TCC estou recorrendo a esta interdisciplina para reencontrar autores que defendem a integração dos conteúdos. Entre eles Santomé (1998) que se refere à utilização social do currículo para atender às necessidades de alunos de compreender a sociedade na qual vivem, favorecendo o desenvolvimento de pessoas autônomas, críticas, democráticas e solidárias. Esta referência está no texto de Maria Bernadete Castro Rodrigues: Planejamento: em busca de caminhos.
Santomé também defende a promoção da interdisciplinaridade como um dos princípios dos currículos integrados e nunca pode estar apoiada em imposições, a partir da ótica dos conteúdos culturais.
Outro autor que defende a pedagogia da pergunta, da curiosidade, oposto a fragmentação e o depósito de conhecimentos é Paulo Freire (1997). Quando menciona sobre o inacabamento em que nos encontramos a procura de respostas para nossas dúvidas nos move a pesquisa e a consciência de que a aprendizagem é um processo contínuo e constante.
Foi nesta procura por mudança que construí durante o estágio curricular os projetos de aprendizagem, trabalhando conteúdos culturais relevantes com os alunos do 3º ano e do 4º ano que são a base de reflexão do meu TCC, diferentemente do que acontecia anteriormente em minha sala de aula multisseriada quando ocorria a separação entre os conteúdos de cada série e de cada disciplina. Os projetos favoreceram muito a integração das turmas e dos conhecimentos. Os alunos se tornaram mais participativos e interessados.

domingo, 10 de outubro de 2010

PORTFÓLIO VII
A interdisciplina de Questões Étnico Raciais destacou o desafio do trabalho na escola com temas que envolvem a diversidade cultural e étnica, sua composição na sociedade.
No texto Auto-Imagem e Auto-Estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu desempenho escolar, Marilene Paré ressalva a importância do professor em: “Olhar a multiculturalidade existentes em nossas salas de aula.”
Através deste “olhar” no contexto municipal que teve em sua formação as influências das culturas indígena, alemã, negra e japonesa que os projetos interdisciplinares se estruturam durante o estágio.
No desenvolvimento desta interdisciplinar elaborei uma atividade didático- pedagógica para a 4ª série para ser aplicada em 8h aula. Abordei aspectos culturais da etnia negra no RS numa perspectiva positiva.
Se na nossa comunidade a presença do negro é minoria, ele não pode ser desprezado a nível municipal e regional. Para envolver os alunos na temática foram realizadas pesquisas, entrevistas, análise de documentos e de mapas, leitura e releitura de imagens, construção de mosaico.
Este planejamento no curso me inspirou a colocar algumas destas atividades em prática no estágio, embora com algumas adaptações para o 3º ano e o 4º ano. Também favoreceu a ênfase dos aspectos positivos da etnia negra ao integrar assuntos relacionados a copa do mundo, jogadores de futebol, o estudo da África sob uma perspectiva mais enriquecedora além do que os alunos já conheciam: miséria, AIDS, muitos animais selvagens.
Neste contexto de leituras de textos da interdisciplina (teoria) e as atividades desenvolvidas em sala de aula (prática) compreendi que o trabalho envolvendo as diferentes etnias contribui para a eliminação de preconceitos, discriminação e racismo entre as crianças quando na escola há possibilidades de ampliação dos conhecimentos sobre as diversas culturas, despertando sentimentos de respeito e igualdade, pois nenhum povo é melhor do que outro porque é diferente.
Durante o estágio curricular ao trabalhar os projetos etnias do município foi também na interdisciplina de Questões Étnicos Raciais que encontrei fundamentação para analisar minha prática.
No texto: Em busca de uma ancestralidade brasileira de Daniel Mundurucu há o reforço das concepções da importância do estudo da história de vida dos alunos.
“Quando a gente se percebe continuador de uma história, nossa responsabilidade cresce e o respeito pela história do outro também.”

sábado, 2 de outubro de 2010

PORTFÓLIO VII


PORTFÓLIO VI

O quarto Eixo foi repleto de práticas envolventes e desafiadoras.

Foi neste semestre que minha autonomia como estudante aumentou ao adquirir um computador e internet, diminuindo a frequência ao Polo. Foi um acontecimento muito importante, porque tive que enfrentar os desafios tecnológicos e acreditar na capacidade de aprender algo novo que traria muitas contribuições para minha vida.

Destaco as aprendizagens como aluna-professora da interdisciplina de Representação do Mundo pela Matemática com o professor Luís Davi Mazzei. As atividades eram muito bem estruturadas e organizadas, seguindo uma continuidade de exercícios que exigiram reflexões bem elaboradas.

Os recursos tecnológicos contribuíram com o desenvolvimento reflexivo e atrativo na Matemática.

Apresentou novas possibilidades de despertar o gosto pela disciplina em sala de aula, pois as atividades eram exploradas com os nossos alunos de acordo com as possibilidades e os recursos disponíveis.

A utilização de diversos gráficos, de papel quadriculado, diferentes tipos de problemas, os números e as operações, a seriação, a sequência padrão, o espaço e forma passaram a ter um novo olhar em minhas aulas. Os exercícios deixaram de ser meramente repetitivos e mecânicos. Os jogos matemáticos começaram a ter mais importância na sala de aula. A interação e a socialização dos saberes aumentavam a cada atividade. Os alunos tornaram-se mais ativos e interessados pelas atividades desenvolvidas.

O material de consulta sugerido pelo professor para diversas atividades foram as revistas Nova Escola, facilitando a pesquisa porque assino-as a muitos anos.

O referencial teórico recebido durante o curso também foi colocado em prática durante o estágio curricular. Ao planejar as atividades para colocar em prática com meus alunos do 3º e 4º ano foi no material recebido no curso que encontrei subsídios. Por exemplo, uma atividade realizada foi um cartaz sobre os números em nossa vida, constatando que os números estão presentes em muitos lugares e são muito úteis. Por isso é tão importante estudar sobre eles. Semelhante ao que realizamos no curso.

Outra interdisciplina deste Eixo que esteve muito presente em diversas reflexões e atividades durante o estágio curricular foi Representação do Mundo pelos Estudos Sociais.

Como construí quatro projetos durante este período partindo de uma questão norteadora sobre a formação do povo do município, foi nesta interdisciplina que busquei a maioria da fundamentação teórica. Principalmente do livro Estudos Sociais: Teoria e Prática de Aracy do Rego Antunes, Heloisa Fesch Menandro e Tomoko Iyda Paganelli:

“O que é importante no trabalho da história local - que interessa mais de perto ao professor das primeiras séries - é que essa realidade local é parte integrante de uma realidade maior, que explica e lhe dá significado. O local, embora possa ter especificidades em relação a outros locais, é sempre parte de uma todo maior que lhe dá expressão.” (p. 117).

Para o TCC quando começarei a coleta de dados, as reflexões das aulas realizadas durante o estágio reafirmarão estes conceitos, tornando as reflexões mais consistentes e maduras.

sábado, 25 de setembro de 2010

PORTFÓLIO V

Os três primeiros Eixos do curso foram fundamentais para dar seguimento aos demais com mais convicção e firmeza, pois foi a base para desenvolver as ferramentas tecnológicas.

Esses semestres destaco como muito importantes para a minha vida profissional e pessoal. Na escola em que trabalho passei a colocar em prática as atividades das interdisciplinas, principalmente de Artes, Teatro, Literatura, Ludicidade e Música e experimentar com os alunos as aprendizagens inovadoras que tornaram as aulas mais atrativas e produtivas.

Por outro lado à aproximação e a interação com os colegas, tutores e professores era mais intensa e mais frequente, porque ainda não tínhamos autonomia e conhecimentos para caminharmos sozinhos neste início de jornada. O que considero muito positivo em um curso a distância que para mim não era tão à distância assim. Nesta fase do curso frequentava o polo assiduamente duas vezes por semana e a convivência com os colegas e a ajuda das tutoras era essencial e animadora.

Algo que também sempre ficou muito claro para mim e notoriamente se percebia no decorrer dos Eixos era a interligação entre as interdisciplinas. Os conceitos se integravam e a interdisciplinaridade tão mencionada nos textos era sentida na prática.

Desta forma também tentava incorporar estas integralidade de conhecimentos na minha prática como docente em séries iniciais em turmas multisseriadas, diminuindo a fragmentação dos conteúdos.

Na interdisciplinar de Projeto Político pedagógico e Currículo trabalhamos com o texto: O Despertar de Lúcia Helena Carrasco que foi referência para a apresentação do final do primeiro semestre. Minhas reflexões partiam sempre do despertar e se relacionavam com a prática em sala de aula e como estudante. Lembro que foi muito inovador e a troca de saberes com as colegas do grupo fortaleceram sentimentos recíprocos de persistência e dedicação ao curso com mais afinco.

Nesta ocasião encerrei a reflexão com uma fala de Paulo Freire: “Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei, como posso saber melhor o que já sei.” (Pedagogia da Autonomia, p. 94)

Com esta convicção também vou realizar o TCC, analisando e identificando os desafios em trabalhar com turmas multisseriadas, compreendendo melhor e aprendendo cada vez para ampliar meus conhecimentos e melhorar minha prática na escola em que atuo.

Outra atividade que me emociona ao reler são os memoriais da minha vida e da escola, com a Linha do Tempo e um texto muito bem articulado.

Como é gratificante rever o que construímos com tanto zelo e dedicação, bem como a contribuição dos que fizeram parte desta história.

domingo, 19 de setembro de 2010

PORTFÓLIO IV
O terceiro Eixo do curso de pedagogia foi uma etapa que despertou o gosto pelas Artes Visuais que passaram a integrar as minhas aulas com mais embasamento teórico e a ser percebida com acessível aos alunos quando passei a identificar, nos próprios livros didáticos, diversas obras de arte, realizando a leitura e a releitura.
A temática 7 da interdisciplina de Artes Visuais tratou da organização do ensino de arte em projetos de aprendizagem: uma forma de abordar os saberes escolares onde Fernando Hernández explica que por meio de projetos reorganizamos a gestão do espaço, do tempo, da relação entre os docentes e os alunos, e “sobretudo, porque permite redefinir o discurso sobre o saber escolar (aquilo que regula o que se vai ensinar e como devemos fazê-lo).”
Desta forma um projeto na escola não pode apenas o planejamento de atividades para cumprir, pois precisa ter intencionalidade e abrir possibilidades e estar em constante avaliação e replanejamento, conforme aborda Miriam Celeste Martins no mesmo texto citado anteriormente: “Aproveitando acasos, caminhando opostamente por outros caminhos em tentativas investigadoras e ousadas, sem nunca perder de vista os focos centrais que fizeram nascer o projeto”.
Este foi o primeiro contato que tive com projetos durante o curso e lembro-me da angústia que foi realizar um projeto em Artes juntamente com os colegas em grupo quando não tínhamos conhecimento sobre sua elaboração, pois não empregava esta metodologia na escola, mas foi um desafio que trouxe aprendizagens inovadoras e reflexões sobre a organização dos conhecimentos e a interdisciplinaridade do currículo.
Também foi através da temática 8 desta mesma interdisciplinar, quando foi abordado a avaliação, que conheci o portfólio de aprendizagem como alternativa de avaliação formativa que segundo Fernando Hernandez podemos definir o portfólio como: “Um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, etc.) que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo construídos.”.
Com esta fundamentação teórica coloquei em prática durante o estágio curricular o portfólio de aprendizagem onde o aluno registra, pois estou dando continuidade a esta prática, suas aprendizagens da aula, sintetizando e organizando suas reflexões com frases, palavras, desenhos, descrevendo sobre algo importante mesmo que aconteceu fora do ambiente escolar. E na tentativa de adaptar as inovações do curso de pedagogia para a prática de sala de aula, lembrando os portfólios que realizamos ao longo do curso também é permitido comentários dos colegas e da professora.
No portfólio de aprendizagem o próprio aluno percebe sua trajetória durante um período servindo de referência para novas conquistas e como auto avaliação.
Foi neste semestre também que nossa criatividade, disposição física e artística foi colocada à prova nas interdisciplinas de: Teatro nas aulas práticas em que desempenhamos atividades corporais muito produtivas e que permitiram utilizar em sala de aula, na Ludicidade quando confeccionamos brinquedos de sucata, na Música quando cantamos e ensaiamos passos com a MPB, Literatura quando criamos uma história em grupo e nos vestimos de fantasias para apresentar para os colegas e em Artes também a visita a Bienal do Mercosul que despertou o gosto pela arte de uma maneira diferenciada muito além do que conhecia.
Como é gratificante refletir e recapitular estes momentos tão significativos do curso que nos faz ressignificar nossa concepção de educação.

sábado, 11 de setembro de 2010

PORTFÓLIO III

Retomar ao segundo semestre do curso revisitando a interdisciplina de Psicologia I que tinha como primeira atividade assistir o filme sobre a vida e os estudos de Freud e através de textos da Trilha Psicanalítica, que considerei na ocasião bastante complexo, mas relendo e ao entrar em contato com as fases do desenvolvimento afetivo: oral, anal, fálica, latência e genital, reconhecendo estas características nas pessoas que me cercam e principalmente em meus alunos percebo que estes estudos nos ajudam a entender melhor o comportamento das crianças de acordo com a fase em que se encontram.

Ao estudar a interdisciplina Infâncias 0 a 10 anos conheci uma escola sem muros através do texto: Fazer a Ponte de José Pacheco. Trata-se de uma escola que permite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada para a ação social de integração do meio na escola e da escola na vida, aliando o saber ao saber fazer, lembrando Freinet citado nas minhas reflexões durante o estágio curricular quando realizei aula passeio para estudar a vegetação e o rio próximos a escola em que atuo quando é possibilitado as crianças formular hipóteses, criar, se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir, descobrir e se organizar, formando cidadãos autônomos e cooperativos.

Ao reler o texto citado identifico alguns aspectos presentes no trabalho com turmas multisseriadas que realizo na escola em que trabalho, embora em realidades bem distintas, como a interajuda entre os envolvidos no processo quando os alunos se ajudam mutuamente para realizar alguma atividade e interagem trocando saberes entre si nas diferentes turmas do 1º, 2º, 3º e 4º ano e com a professora, trazendo os seus conhecimentos e vivências extraclasse para dentro da escola.

O quadro de direitos e deveres que regula todo o sistema de relações na Escola da Ponte é semelhante ao cartaz dos combinados elaborado conjuntamente com todos os alunos na escola em que leciono e a caixinha dos segredos onde as crianças da Ponte depositam um recado sempre que pretendem dialogar em segredo com algum professor se parece com a caixa de sugestões que utilizo, onde os alunos colocam suas idéias em relação a escola de cunho administrativo, pedagógico e social. Estes dois últimos instrumentos seguem as orientações recebidas na formação de professores do Programa Escola Ativa que é direcionado para turmas multisseriadas. Até parece que este programa foi baseado na Escola da Ponte, principalmente na gestão da escola através de assembleias de alunos, comitês da leitura, do recreio, do meio ambiente. Quando expomos os trabalhos dos alunos nos murais também é da mesma forma. A alternância entre os trabalhos individuais, em grupos e em pares. A avaliação é contínua e o ensino individualizado onde o currículo é adaptado em função das capacidades de cada um. Geralmente utilizo esta estratégia para dar continuidade a aprendizagem, bem como a auto-avaliação onde o aluno registra o que aprende em seu portfólio de aprendizagem.

Este texto certamente auxiliará nas minhas reflexões durante o TCC em que tentarei compreender e analisar a partir da questão central: Quais os desafios da construção de projetos de aprendizagem como prática metodológica em classes multisseriadas da zona rural?