quarta-feira, 18 de novembro de 2009

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

X PORTFÓLIO
A partir do Movimento da Escola Nova as formas de compreender o processo de ensino e aprendizagem modificaram as práticas pedagógicas com atividades mais dinâmicas, conforme estamos estudando no Enfoque Temático 6 da interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação.
Entre os integrantes deste movimento está Maria Montessori que nos deixou muitas concepções e práticas que empregamos até hoje em nossa sala de aula como materiais pedagógicos lúdicos, partindo do concreto para o abstrato como o Material Dourado que tem como objetivo desenvolver a estrutura do Sistema de Numeração Decimal Posicional. Não tenho conhecimento deste material porque na escola em que atuo não tem, mas acredito que deve ajudar os alunos a apropriar-se do sistema de numeração nas suas posições: unidade, dezena, centena e milhar que não é conteúdo muito fácil de abstrair. Os alunos conhecem o número, mas a posição para resolver o cálculo nem sempre entende. O raciocínio lógico matemático se desenvolverá mais concretamente.
Jornal escolar, trocas de experiências, cantinhos pedagógicos, trabalhos em grupo, aulas-passeio são práticas atuais presentes nas escolas são idéias defendidas e aplicadas pelo educador Celestin Freinet desde os anos 20 do século passado na França.
A cooperação está presente entre os pontos fundamentais de sua pedagogia. A interação entre o professor e o aluno é essencial para a aprendizagem.
Neste sentido passo a entender o quanto as aulas ministradas nas nossas escolas e as minhas aulas, os planejamentos educacionais não são produzidas de forma tão autônoma e criativa como imaginava, mas decorrentes de discursos, estudos e práticas, baseadas em teorias fundamentadas em autores e pressupostos teóricos que embora pertençam a contextos temporais bem distantes da nossa realidade continuam sendo atuais. Portanto não é necessário ter pressupostos inovadores para inovar na educação.
O professor deve se munir de conhecimentos diversificados para adaptar a sua realidade e refletir sobre como está acontecendo a aprendizagem de seus alunos.
práticas pedagógicas

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

EJA

IX PORTFÓLIO EJA

A interdisciplina da EJA está enfatizando a questão da alfabetização dos jovens e adultos o que considero bastante relevante para nossa atuação futura, pois estaremos munidos de fundamentação teórica bem embasada, principalmente pela visão inovadora proposta por Paulo Freire quando começou seu trabalho com alfabetização de adultos em meados dos anos 1960.
Em seu livro Pedagogia do Oprimido p.66 Freire escreve: “Em lugar de comunicar-se, o educador faz comunicados e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem.” O que denominou de educação bancária, onde o professor deposita e o aluno recebe. Portanto centrada no professor. O aluno é reduzido a um mero espectador ou um copiador de quadros cheios de conteúdos. Quanto mais lições o professor passa mais eficiente é considerado.
O aluno quieto, obediente e que consegue realizar todas as tarefas é destacado entre os demais e recebe as melhores notas.
Para efetivar mudanças Freire constrói um método de alfabetização onde a essência está no aluno que deve entender o que lê e escrever o que entender, desenvolvendo uma visão crítica do mundo, da sociedade e de comunidade onde o aluno está inserido e que passa desencadear ações transformadoras na realidade vivida. Neste sentido o método dos temas geradores a partir do levantamento do universo vocabular da turma alfabetizada e a escolha das palavras geradoras, funcionando como um desafio para o grupo.
Com este processo a alfabetização passa a ter significação como aprendizagem de vida e para a vida, baseada na contextualização e na problematização dos conteúdos onde o papel do professor é fundamental para despertar e inspirar com suas intervenções produtivas através do diálogo e da interação.
Como não tenho experiência com alfabetização de jovens e adultos tenho muita expectativa que tenha a oportunidade de aplicar o que estamos estudando em algum projeto que surja na comunidade onde trabalho, mas na atuação com classes de séries iniciais também é muito válido este estudo dos temas geradores, pois podemos adaptá-lo e colocar em ação com sucesso.
Refletir a partir das idéias de Paulo Freire é sempre muito enriquecedor para o profissional da educação e para o cidadão brasileiro, porque nos proporciona analisar a realidade e as ações desenvolvidas na escola e na sociedade de maneira mais democrática.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

VIII PORTFÓLIO

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

Cada vez que leio capítulos do livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire reflito sobre minha vida como estudante na década de 70, como professora a partir de 84 e como estudante de pedagogia desde 2006. São épocas diferentes em contextos também diferentes na história, na sociedade e na política educacional do Brasil.
Nesta parte do livro: Dialogicidade- essência da educação como prática da liberdade, a palavra diálogo é citada inúmeras vezes, mas Freire esclarece para que possamos refletir com cautela que o diálogo tem o poder de libertar ou de oprimir.
“Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor aos homens e ao mundo.” P.45.
No decorrer da minha vida na escola muitas vezes o diálogo foi imposto para calar, para a submissão dos poderosos. Este não é o diálogo proposto por Freire, pois é um monólogo, um fala o outro ouve e aceita. Diálogo que traz crescimento e compartilha saberes é quando somos ouvidos, dando valor a nossa opinião, considerando a voz de todos com igual importância. Este é o verdadeiro diálogo!
O trabalho com temas geradores tem sua base no diálogo, conforme entendi, pois é através dele que coletamos os conteúdos que vão acrescentar e transformar os conhecimentos adquiridos na escola, tornando-os significativos.
Neste mesmo capítulo o autor deixa clara a importância do trabalho com temas geradores porque parte de como se constituem a linguagem e o pensar do aluno, através do diálogo entre professores e alunos sobre a visão que tem de mundo. Deste conversar “sobre” de forma investigativa surgem às palavras chaves e os temas para desenvolver as aulas com a análise do sentido social das palavras como consciência do mundo em que vivem que deve ser problematizados pelo professor para despertar a busca por novos conhecimentos e o despertar do senso crítico e criativo nos sujeitos que freqüentam a escola para serem alfabetizados.
Outro aspecto bem relevante desta leitura reflexiva é sobre a ação, se está relacionada com a teoria produzida na escola com o contexto de vida para produzir transformações promissoras.
O trabalho com temas geradores é uma proposta pioneira na educação de adultos, mas a partir de seu estudo constatei que pode ser utilizada também nas séries iniciais em que atuo.