terça-feira, 18 de novembro de 2008

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO

Ao ler o texto “OS TRABALHADORES DOCENTES NO CONTEXTO DE NOVA REGULAÇÃO EDUCATIVA: ANÁLISE DA REALIDADE BRASILEIRA”, de Dalila Andrade Oliveira, professora do programa de Pós-Graduação em Educação da FAE/UFMG para posteriormente participar do Fórum da Interdisciplina de Gestão da Educação, identifiquei muitos dados e situações que consegui relacionar com a educação e as condições de trabalho no município em que moro, no estado e no país.
Como no dia 13 de novembro tinha uma convocação para uma reunião com a secretaria de educação do Estado Mariza Abreu na 11ª CRE em Osório, levei o texto citado para ler quando sobrasse tempo. Muitas falas da secretaria coincidiram com o texto, por exemplo: a democratização da educação permitiu a universalização do ensino ao mesmo tempo também trouxe para o sistema escolar maior número de professores pobres. Um colega que estava ao meu lado protestou, então mostrei a citação da autora do texto onde mencionava esta constatação.
Na realidade é o que acontece com a maioria dos profissionais da educação que conheço. O salário que recebo não é suficiente para usufruir de momentos de lazer, participar de eventos culturais e educacionais como gostaria para tornar-me mais competente e atualizada. Tenho grande preocupação com a formação acadêmica dos filhos e todos os meses são necessários eleger prioridades entre os objetivos essenciais. O tempo também impede que possa freqüentar cursos de formação continuada, pois acumulo funções. Existe a burocracia que não melhora as condições de trabalho. A carga horária em sala de aula deveria diminuir para ter mais tempo para capacitação. Neste sentido o curso a distância está sendo uma ótima oportunidade de adquirir mais conhecimentos, atualizar-me, refletir sobre a educação e as políticas educacionais implantadas e o contexto em que ocorreram, interligando a teoria com a prática dentro do tempo que disponho.
Atualmente enfrentamos uma cobrança muito grande quanto à melhoria da aprendizagem dos alunos, devido aos resultados dos testes de avaliação realizados que apontam desempenho muito baixo dos alunos da rede pública RS. Será que nós professores temos condições de promover esta transformação no dia-a-dia da sala de aula? Não basta o poder público jogar a responsabilidade e estabelecer objetivos ambiciosos sem garantir meios didáticos, financeiros e profissionais para atingi-los. Sinto que há necessidade de recontextualização do papel do professor e vaporizá-lo mais.
Uma palavra muito visualizada neste semestre foi à descentralização através da gestão democrática que deveria diminuir a burocracia escolar, mas não é o que acontece na prática, porque cada processo de prestação de contas da gestão democrática de ensino do estado do RS, da lei 10576/95, torna-se um livro de tantos formulários que temos que preencher. O poder de decisão da escola cresceu, mas o poder de controle também sobre os integrantes dela também aumentou. Muitas vezes o professor não está preparado para enfrentar práticas e saberes que antes não eram exigidos deles para o exercício de suas funções e como conseqüência são as reuniões pedagógicas, a participação na gestão da escola, planejamentos e até substituir os funcionários quando faltam ao trabalho, buscar recursos para complementar o orçamento, mais compromissos e comprometimento. Por isso é necessário atualização constante, reconhecer como se processa a gestão dos recursos públicos.

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