quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XIV

PORTFÓLIO XIV
As reflexões realizadas no Portfólio de Aprendizagem durante este semestre foram muito importantes porque contribuíram com a construção do TCC à medida que retomava cada eixo do curso.
Como no Eixo VIII que tivemos a oportunidade de colocar a teoria estudada nos semestres anteriores na prática de sala de aula durante o estágio curricular.
Este período foi muito importante no curso de pedagogia porque elaboramos planejamentos, colocamos em evidência com determinada turma e refletimos sobre os resultados.
“Foi tempo de plantar, cuidar e colher.”
No TCC foi como se ocorresse o inverso. A partir da prática do estágio buscamos fundamentação teórica e aprofundamento dos conhecimentos em determinado tema.
Cada etapa que fez parte do TCC foi repleta de desafios e questionamentos. Inicialmente definir a questão central diante de tantas inquietações que nos afligem e que poderiam ser estudadas neste período.
Definido o foco o passo seguinte foi encontrar referencial sobre as turmas multisseriadas. Para isso muitas pesquisas e leituras foram realizadas.
Não encontrei muitos autores que abordassem sobre esta temática, o que tornou o trabalho mais demorado. Por outro lado ao retomar as interdisciplinas dos eixos anteriores para elaborar os portfólios de aprendizagem encontrei muitas fundamentações teóricas sobre PA e interdisciplinaridade o que fez meu TCC render muitas aprendizagens como os autores abordados na interdisciplinar de Didática, Planejamento e Avaliação: Santomé, Hernandez, Paulo Freire.
O trabalho com projetos de aprendizagem durante o estágio curricular apresentou condições inovadoras de articulação e produção de conhecimentos fundamentados na interdisciplinaridade, mediante uma prática que parte de uma indagação problematizadora, que leva em consideração o conhecimento prévio do aluno, abrindo espaço para discussão, questionamentos dos conteúdos, estreitamento das relações entre alunos e professor, incorporando a prática social de todos os envolvidos no processo, além de construir relações sociais com base na solidariedade e respeito mútuo.
O capítulo do TCC que analisa sobre as vivências em classes multisseriadas foi um momento reflexivo, porque à medida que descrevia acontecimentos da minha carreira profissional, percebia o crescimento e a bagagem de conhecimentos trazidos pelo curso de pedagogia que ajudaram a transformar minha prática a partir da teoria e as mudanças ocorridas em minha sala de aula.
Enquanto realizava o trabalho de TCC ocorreu a constatação de que as escolas multisseriadas encontram diversas dificuldades de funcionamento de acordo com o sistema educacional brasileiro, devido à fragmentação dos conteúdos, dos espaços e do tempo.
Foi assim que conclui que os principais desafios encontrados nesta organização de ensino ainda é o rompimento com as pedagogias tradicionais, as quais percebem o conhecimento de forma estática e homogênea, cabendo ao professor transmitir informações prescritas a alunos passivos. E a superação do processo de ensinar e aprender fragmentado, disciplinar, descontextualizado e unilateral.
As classes multisseriadas são um tipo específico de educação. Através da experiência docente reconheci as possibilidades e o potencial dessa organização de turmas no desenvolvimento de uma educação qualificada, criativa e interativa.
A descrença que muitas vezes ocorre em relação às classes multisseriadas decorre, muitas vezes, do desconhecimento da qualidade que essas escolas podem apresentar, assim como se ignora a importância dessas escolas na cultura e na vida social das comunidades rurais.
Esta retomada dos eixos anteriores paralelamente a construção do TCC colaborou com uma análise mais profunda da temática que envolveu meu estudo, pois geralmente procurava refletir sobre os conceitos de interdisciplinaridade, interação, Projetos de Trabalho. Também foi uma oportunidade de rever as aprendizagens que ocorreram, os conhecimentos que foram ampliados, as trocas de saberes com os colegas, professores e tutores, bem como as atividades desenvolvidas.

domingo, 21 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XIII

PORTFÓLIO XIII
Revisando todas as postagens realizadas no Portfólio de Aprendizagem durante este semestre de construção do TCC constatei que todos os Eixos do curso foram contemplados no sentido de relacionar com o TCC e com o estágio curricular, com exceção do Eixo V.
Por isso esta reflexão reporta as aprendizagens ocorridas no Eixo V – 2008/2.
Entre as interdisciplinas que integraram este semestre destaco Organização do Ensino Fundamental, acrescentando muitos conhecimentos novos que primeiramente caracterizou duas situações diferentes referente a gestão do ensino: Democrática e Patrimonialista.
Esta análise proporcionou refletir sobre as ações e decisões que ocorrem na escola em que trabalho.
De acordo com a LDB 9393/96 a organização da gestão democrática acontece em três dimensões: administrativa, financeira e pedagógica, permitindo a participação da comunidade escolar nas decisões tomadas na Escola. A gestão em parceria com a comunidade. Enquanto que no Patrimonialismo predominam características autoritárias, ausência de transparência, a burocratização das informações e os privilégios na função pública.
Outra característica da LDB que estudamos nesta interdisciplina e que ajudou a fundamentar teoricamente meu TCC: a flexibilidade, em seus Art. 23º e 28º estabelece que os sistemas de ensino devem promover as adaptações necessárias para que a educação básica seja ofertada adequadamente. Da mesma forma as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo oportunizam a organização dos conhecimentos que afirmem a diversidade cultural, política, econômica, de gênero e etnia presente no campo. Portanto, visa legitimar a identidade própria das escolas do campo, referenciando sobre os saberes próprios dos povos do campo.
Foi com base na gestão democrática que construímos com a comunidade escolar o Projeto Político Pedagógico da Escola em que sou diretora, fundamentado na concepção de currículo interdisciplinar, flexível e participativa o que permitiu que a organização dos PA durante o estágio fosse construído de forma mais autônoma, possibilitando que o pluralismo de ideias estivesse presente, baseado no respeito de opiniões e a participação igualitária, tornando o ambiente escolar mais democrático.

sábado, 13 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XII

PORTFÓLIO XII
Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação no Eixo VII, no texto: Planejamento: em busca de caminhos de Maria Bernadete Castro Rodrigues a autora reflete sobre sua vida profissional, colocando sobre sua concepção e vivências sobre o planejamento, nos quais identifico diversas semelhanças com minha carreira no magistério.
Quando a autora menciona a exigência dos planos de curso, de unidades e de aulas, reconheço que este período de planejamento faz parte da minha vida e esteve presente em cada início de ano letivo. Na realidade o que ocorria era a cópia manual da listagem de conteúdos do ano anterior. Este tempo gasto poderia ser ocupado com planejamentos inovadores através de atividades diversificadas e atraentes no início do ano. Porém, devido a “elaboração” destes planos iniciávamos o ano escrevendo e não refletindo sobre a prática.
Como a autora afirma: “Por conseguinte, o planejamento banalizava-se em um ato meramente burocrático. O setor pedagógico terminava recebendo e arquivando planos, que na maioria das vezes, eram modificados.”
Estas reflexões também estão contidas em meu TCC quando coloco as minhas vivências com turmas multisseriadas.
“No início de uma carreira no magistério municipal os desafios foram maiores ainda. A exigência em trabalhar os conteúdos mínimos era permanente. A supervisão escolar da secretaria municipal de educação dirigia-se semanalmente as escolas para verificar os diários de classe, os planejamentos e os cadernos dos alunos. Tudo devia estar em consonância com o plano de curso da série. Por isso, eram bastante limitadas as possibilidades de integrar os conhecimentos entre as séries. Os conteúdos eram bem definidos e direcionados para cada série.”
A autora deixa claro que o tempo era pensado no “como” e pouco era questionado sobre a “a quem servíamos e para que e para quem.”
Nesta perspectiva de mudança algumas alternativas foram elencadas no meu TCC para que a integração entre os alunos se efetivasse diante do agrupamento de turmas, bem como na tentativa de que a interdisciplinaridade estivesse presente.

Ao refletir que a prática pedagógica empregada não estava dando bons resultados para o aluno, modifiquei-a, partindo de um conteúdo comum no início da aula através de texto, da narração de obra literária ou do diálogo investigativo. Depois distribuía atividades diferentes para cada turma. A sequência era estabelecida pelos conteúdos mínimos de cada série. A avaliação era classificatória com o objetivo de aprovar ou reprovar.
Com esta concepção de organização e desenvolvimento que servisse para atender as necessidades dos alunos busquei em Santomé referencial teórico para a construção do TCC, confrontando a fragmentação dos conteúdos empregada anteriormente com a integração de conteúdos que favorece muito mais a troca de saberes e a participação mais democrática.
Para Freire (1987), a aprendizagem se dá na medida em que o educando dela participe, sendo o professor o tutor do diálogo sem impor suas ideias ou influenciar.

domingo, 7 de novembro de 2010

PORTFÓLIO XI

PORTFÓLIO XI
A interdisciplina de Linguagem e Educação no eixo VII introduziu um termo novo que incorporou no meu vocabulário: o letramento. A sua importância no ambiente escolar ficou bem mais clara.
Para Magda Soares a alfabetização é a aquisição do sistema da escrita e da leitura, mas não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la. Letramento é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita.
Estes dois conceitos são indissociáveis. Eles caminham paralelamente na escola.
A vivência do aluno com diversos portadores de textos e em diferentes situações de leitura e de escrita contribui com o letramento e com a alfabetização.
Durante o estágio curricular procurei integrar os conteúdos de forma interdisciplinar e empreguei uma diversidade de gêneros textuais como receitas da culinária indígena, alemã, negra e japonesa dentro dos projetos etnias. Poemas, músicas, textos narrativos, informativos, lendas, fábulas, contos, histórias em quadrinhos, parlendas, adivinhas, anúncios, convites, que fizeram parte das aulas planejadas.
Considero que meus alunos se tornaram mais letrados e críticos, desenvolvendo o poder argumentativo e a participação mais ativa.
No TCC também faço uma reflexão sobre esta temática que reforça estes fundamentos e demonstra com pode ser integrada com outras áreas do conhecimento.
A partir de receita operações matemáticas foram integradas através de situações problemas, reescrita da receita, dobrando as medidas, bem como noções de higiene alimentar, através da observação de embalagens de produtos alimentícios, quanto à leitura e a compreensão sobre a data de validade, o estado de conservação, o local adequado para depositar no comércio e em casa; alternativas de transporte para conservar a qualidade dos alimentos e como evitar doenças provocadas pelos alimentos.
Cada gênero textual possui suas características: a receita como texto instrutivo que orienta a organização e a realização de tarefas, onde as instruções são colocadas seguindo uma ordem temporal, a legenda como texto explicativo para o leitor compreender o que está vendo, o texto publicitário nos anúncios de jornal com ilustração e linguagem direta, a narrativa com seus elementos: personagem, tempo, enredo, fato, espaço, causa e conclusão, a descrição através da observação como produto da percepção, a pesquisa para levantar informações sobre um assunto específico com respostas breves e objetivas e o texto não verbalizado como as fotos.
Magda Soares afirma que ao ensinar diversos gêneros textuais na escola, por mais simples que eles sejam (como uma receita culinária, por exemplo), as palavras e letras ganham significação. A leitura, a gramática, a ortografia e até mesmo a produção escrita, tem sentido porque estão ligadas a sua utilização.
Neste sentido, também contribui com a produção de texto mais qualificado, coeso e coerente como tenho observado diante do crescimento dos meus alunos ao elaborarem diferentes textos.