sábado, 25 de setembro de 2010

PORTFÓLIO V

Os três primeiros Eixos do curso foram fundamentais para dar seguimento aos demais com mais convicção e firmeza, pois foi a base para desenvolver as ferramentas tecnológicas.

Esses semestres destaco como muito importantes para a minha vida profissional e pessoal. Na escola em que trabalho passei a colocar em prática as atividades das interdisciplinas, principalmente de Artes, Teatro, Literatura, Ludicidade e Música e experimentar com os alunos as aprendizagens inovadoras que tornaram as aulas mais atrativas e produtivas.

Por outro lado à aproximação e a interação com os colegas, tutores e professores era mais intensa e mais frequente, porque ainda não tínhamos autonomia e conhecimentos para caminharmos sozinhos neste início de jornada. O que considero muito positivo em um curso a distância que para mim não era tão à distância assim. Nesta fase do curso frequentava o polo assiduamente duas vezes por semana e a convivência com os colegas e a ajuda das tutoras era essencial e animadora.

Algo que também sempre ficou muito claro para mim e notoriamente se percebia no decorrer dos Eixos era a interligação entre as interdisciplinas. Os conceitos se integravam e a interdisciplinaridade tão mencionada nos textos era sentida na prática.

Desta forma também tentava incorporar estas integralidade de conhecimentos na minha prática como docente em séries iniciais em turmas multisseriadas, diminuindo a fragmentação dos conteúdos.

Na interdisciplinar de Projeto Político pedagógico e Currículo trabalhamos com o texto: O Despertar de Lúcia Helena Carrasco que foi referência para a apresentação do final do primeiro semestre. Minhas reflexões partiam sempre do despertar e se relacionavam com a prática em sala de aula e como estudante. Lembro que foi muito inovador e a troca de saberes com as colegas do grupo fortaleceram sentimentos recíprocos de persistência e dedicação ao curso com mais afinco.

Nesta ocasião encerrei a reflexão com uma fala de Paulo Freire: “Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei, como posso saber melhor o que já sei.” (Pedagogia da Autonomia, p. 94)

Com esta convicção também vou realizar o TCC, analisando e identificando os desafios em trabalhar com turmas multisseriadas, compreendendo melhor e aprendendo cada vez para ampliar meus conhecimentos e melhorar minha prática na escola em que atuo.

Outra atividade que me emociona ao reler são os memoriais da minha vida e da escola, com a Linha do Tempo e um texto muito bem articulado.

Como é gratificante rever o que construímos com tanto zelo e dedicação, bem como a contribuição dos que fizeram parte desta história.

domingo, 19 de setembro de 2010

PORTFÓLIO IV
O terceiro Eixo do curso de pedagogia foi uma etapa que despertou o gosto pelas Artes Visuais que passaram a integrar as minhas aulas com mais embasamento teórico e a ser percebida com acessível aos alunos quando passei a identificar, nos próprios livros didáticos, diversas obras de arte, realizando a leitura e a releitura.
A temática 7 da interdisciplina de Artes Visuais tratou da organização do ensino de arte em projetos de aprendizagem: uma forma de abordar os saberes escolares onde Fernando Hernández explica que por meio de projetos reorganizamos a gestão do espaço, do tempo, da relação entre os docentes e os alunos, e “sobretudo, porque permite redefinir o discurso sobre o saber escolar (aquilo que regula o que se vai ensinar e como devemos fazê-lo).”
Desta forma um projeto na escola não pode apenas o planejamento de atividades para cumprir, pois precisa ter intencionalidade e abrir possibilidades e estar em constante avaliação e replanejamento, conforme aborda Miriam Celeste Martins no mesmo texto citado anteriormente: “Aproveitando acasos, caminhando opostamente por outros caminhos em tentativas investigadoras e ousadas, sem nunca perder de vista os focos centrais que fizeram nascer o projeto”.
Este foi o primeiro contato que tive com projetos durante o curso e lembro-me da angústia que foi realizar um projeto em Artes juntamente com os colegas em grupo quando não tínhamos conhecimento sobre sua elaboração, pois não empregava esta metodologia na escola, mas foi um desafio que trouxe aprendizagens inovadoras e reflexões sobre a organização dos conhecimentos e a interdisciplinaridade do currículo.
Também foi através da temática 8 desta mesma interdisciplinar, quando foi abordado a avaliação, que conheci o portfólio de aprendizagem como alternativa de avaliação formativa que segundo Fernando Hernandez podemos definir o portfólio como: “Um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, etc.) que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo construídos.”.
Com esta fundamentação teórica coloquei em prática durante o estágio curricular o portfólio de aprendizagem onde o aluno registra, pois estou dando continuidade a esta prática, suas aprendizagens da aula, sintetizando e organizando suas reflexões com frases, palavras, desenhos, descrevendo sobre algo importante mesmo que aconteceu fora do ambiente escolar. E na tentativa de adaptar as inovações do curso de pedagogia para a prática de sala de aula, lembrando os portfólios que realizamos ao longo do curso também é permitido comentários dos colegas e da professora.
No portfólio de aprendizagem o próprio aluno percebe sua trajetória durante um período servindo de referência para novas conquistas e como auto avaliação.
Foi neste semestre também que nossa criatividade, disposição física e artística foi colocada à prova nas interdisciplinas de: Teatro nas aulas práticas em que desempenhamos atividades corporais muito produtivas e que permitiram utilizar em sala de aula, na Ludicidade quando confeccionamos brinquedos de sucata, na Música quando cantamos e ensaiamos passos com a MPB, Literatura quando criamos uma história em grupo e nos vestimos de fantasias para apresentar para os colegas e em Artes também a visita a Bienal do Mercosul que despertou o gosto pela arte de uma maneira diferenciada muito além do que conhecia.
Como é gratificante refletir e recapitular estes momentos tão significativos do curso que nos faz ressignificar nossa concepção de educação.

sábado, 11 de setembro de 2010

PORTFÓLIO III

Retomar ao segundo semestre do curso revisitando a interdisciplina de Psicologia I que tinha como primeira atividade assistir o filme sobre a vida e os estudos de Freud e através de textos da Trilha Psicanalítica, que considerei na ocasião bastante complexo, mas relendo e ao entrar em contato com as fases do desenvolvimento afetivo: oral, anal, fálica, latência e genital, reconhecendo estas características nas pessoas que me cercam e principalmente em meus alunos percebo que estes estudos nos ajudam a entender melhor o comportamento das crianças de acordo com a fase em que se encontram.

Ao estudar a interdisciplina Infâncias 0 a 10 anos conheci uma escola sem muros através do texto: Fazer a Ponte de José Pacheco. Trata-se de uma escola que permite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada para a ação social de integração do meio na escola e da escola na vida, aliando o saber ao saber fazer, lembrando Freinet citado nas minhas reflexões durante o estágio curricular quando realizei aula passeio para estudar a vegetação e o rio próximos a escola em que atuo quando é possibilitado as crianças formular hipóteses, criar, se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir, descobrir e se organizar, formando cidadãos autônomos e cooperativos.

Ao reler o texto citado identifico alguns aspectos presentes no trabalho com turmas multisseriadas que realizo na escola em que trabalho, embora em realidades bem distintas, como a interajuda entre os envolvidos no processo quando os alunos se ajudam mutuamente para realizar alguma atividade e interagem trocando saberes entre si nas diferentes turmas do 1º, 2º, 3º e 4º ano e com a professora, trazendo os seus conhecimentos e vivências extraclasse para dentro da escola.

O quadro de direitos e deveres que regula todo o sistema de relações na Escola da Ponte é semelhante ao cartaz dos combinados elaborado conjuntamente com todos os alunos na escola em que leciono e a caixinha dos segredos onde as crianças da Ponte depositam um recado sempre que pretendem dialogar em segredo com algum professor se parece com a caixa de sugestões que utilizo, onde os alunos colocam suas idéias em relação a escola de cunho administrativo, pedagógico e social. Estes dois últimos instrumentos seguem as orientações recebidas na formação de professores do Programa Escola Ativa que é direcionado para turmas multisseriadas. Até parece que este programa foi baseado na Escola da Ponte, principalmente na gestão da escola através de assembleias de alunos, comitês da leitura, do recreio, do meio ambiente. Quando expomos os trabalhos dos alunos nos murais também é da mesma forma. A alternância entre os trabalhos individuais, em grupos e em pares. A avaliação é contínua e o ensino individualizado onde o currículo é adaptado em função das capacidades de cada um. Geralmente utilizo esta estratégia para dar continuidade a aprendizagem, bem como a auto-avaliação onde o aluno registra o que aprende em seu portfólio de aprendizagem.

Este texto certamente auxiliará nas minhas reflexões durante o TCC em que tentarei compreender e analisar a partir da questão central: Quais os desafios da construção de projetos de aprendizagem como prática metodológica em classes multisseriadas da zona rural?

domingo, 5 de setembro de 2010

PORTFÓLIO II

PORTFÓLIO II
Retomar ao primeiro Eixo do curso de pedagogia é como passar um filme em minha memória onde as primeiras cenas são de repletas de dificuldades, de inseguranças e de angústias, mas que são superadas por outras que deixam transparecer a persistência, a interação e a aprendizagem, principalmente na interdisciplinar das TICS, pois foi neste semestre que aprendi a base de tudo o que sei das ferramentas tecnológicas utilizadas durante o curso.
Entre as interdisciplinas que fizeram uma reflexão mais direta com a minha prática no Eixo 1 destaco: Escola, Projeto Político-Pedagógico e Currículo; no texto intitulado: “Leitura do Mundo e a Festa Cidadã”, de Angela Antunes e Paulo Roberto Padilha que inicia com um poema: “Festa na Escola”, onde o tive o primeiro contato com as idéias de Paulo Freire sobre o que significa a leitura do mundo no ambiente escolar, articulando a leitura da palavra, instrumentalizando crianças, jovens e adultos e o papel na sociedade na luta contra a opressão, a injustiça e que cidadão queremos formar, qual o nosso comprometimento com a construção de uma escola democrática. “para isso é necessário que conheçamos a realidade concreta que constitui a escola e a realidade que a circunda.”(p. 2).
E é a leitura do mundo que nos permite penetrar no contexto em que a escola está inserida e desta forma vincular a construção do conhecimento à realidade da escola e colocar o “conhecimento historicamente acumulado, a serviço dos seres humanos e da transformação da sociedade.” (p. 2)
Neste sentido aprendi que o conhecimento pertencente ao senso comum trazido pelo aluno para a escola precisa ser valorizado e reconhecido, assim como os conhecimentos prévios sobre um tema em estudo na sala de aula, fazendo uma interligação com os conhecimentos científicos (formais x informais).
A história de cada um dos alunos revela mais do que o momento presente e nos oferece muitos tempos a serem considerados para planejar o futuro ao resgatar a história da comunidade, por exemplo.
Ao fazer um paralelo entre este texto e a minha prática de estágio curricular constato o quanto as ideias de Paulo Freire estiveram presentes no planejamento, nas ações e reflexões para acontecer a festa na escola que significa “A incorporação da informalidade ao currículo” (p. 6), quando pesquisamos diversos temas com a comunidade, confrontando e ampliando os conhecimentos formais.
A localidade do educando é, segundo Paulo Freire, o ponto de partida para a construção do conhecimento do mundo a partir do movimento dialógico e dialético voltado para a cidadania. Outro concepção que permeia minha prática.